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Lucas

Tabuleiro Ouija

O Tabuleiro Ouija ou Tábua Ouija é qualquer superfície plana com letras, números ou outros símbolos em que se coloca um indicador móvel, utilizada supostamente para comunicação com espíritos. Os participantes colocam os dedos sobre o indicador que então se move pelo tabuleiro para responder perguntas e enviar mensagens. Na verdade, há um jogo de tabuleiro registrado no Departamento de Comércio estadounidense com o nome de Ouija, mas a designação passou a servir a qualquer tabuleiro que se utiliza da mesma idéia.
Em Portugal , há uma variante conhecida como a brincadeira do copo ou o jogo do copo, em que um copo faz as vezes do indicador para as respostas. Existem também apoios para a utilização de lápis durante as sessões.
Origem
O princípio que baseia o tabuleiro Ouija ficou conhecido depois de 1848, ano em que duas irmãs estadounidenses, Kate e Margaret Fox, supostamente contactaram um vendedor que havia morrido anos antes e espalharam uma febre espiritualista pelos Estados Unidos e Europa[. Há também indícios de que o princípio teria sido aperfeiçoado por um espiritualista por volta de 1853, chamado M. Planchette, que teria inventado o indicador de madeira que é utilizado até hoje.
Explicação científica
Cientistas e cépticos em geral atribuem o funcionamento do tabuleiro Ouija ao efeito ideomotor. Segundo eles, as pessoas participantes da sessão involuntariamente exercem uma força imperceptível sobre o indicador utilizado, e a conjunção da força exercida por várias pessoas faz o objeto se mover. O físico inglês Michael Faraday realizou experimentos que provaram que movimentos inexplicáveis (nesse caso, das mesas girantes) atribuídos a fontes ocultas eram na verdade realizados pelos participantes dos experimentos.
O mágico ilusionista e cético americano James Randi cita em seu livro An Encyclopedia of Claims, Frauds, and Hoaxes of the Occult and Supernatural que, quando vendados, os participantes do tabuleiro Ouija não conseguem produzir mensagens inteligíveis.
Explicação espiritualista
Espiritualistas que acreditam que é possível fazer contato real com o mundo dos mortos argumentam que vendar os olhos dos participantes da mesa prejudica suas supostas capacidades mediúnicas. A idéia que fundamenta o argumento é que o espírito utilizaria os sentidos do participante durante as sessões. A maioria dos adeptos dessa teoria acredita que o tabuleiro não tem poder em si mesmo, servindo apenas como ferramenta para o médium se comunicar com o mundo dos espíritos.
Críticas
Além das tradicionais críticas dos cépticos, o tabuleiro Ouija também é criticado entre os espiritualistas. O famoso Edgar Cayce declarou-os perigosos[. Críticos avisam que maus espíritos poderiam enganar os participantes e possuí-los espiritualmente.
No meio especializado, há diversos avisos contra o uso do tabuleiro por pessoas desavisadas. Há também notícias de tablóides relatando casos de suposta possessão demoníaca em decorrência de sessões envolvendo espíritos malignos.
A Igreja Católica é crítica com o tabuleiro e a brincadeira do copo, assim como as experiências de seus fiéis no Espiritismo em geral. A recomendação dos padres é que os fiéis se mantenham distantes de participações nesse tipo de evento . Da mesma forma, Igrejas Pentecostais costumam acusar as práticas espíritas como "brincadeiras com demônios"
O jogo “pode ter graves consequências”, alerta a Associação de Divulgadores de Espiritismo de Portugal (ADEP), com sede nas Caldas da Rainha, que tem recebido no seu sítio na Internet inúmeras mensagens sobre a experiência.
José Lucas, da ADEP, esclarece que não se trata de uma sessão espírita, mas de um “meio de comunicação com o mundo espiritual, onde é usado um copo como “guia” e um conjunto de letras e algarismos. O mal está no seu uso por pessoas impreparadas e apenas para satisfação de curiosidades”, podendo tornar-se perigoso, pois “a pessoa corre perigo de obsessão espiritual. Sendo uma prática sem objectivos nobres são os espíritos inferiores e por vezes obstinados no mal que se apresentam, pois os espíritos bons e nobres não perdem tempo com futilidades”.
José Lucas disse conhecer “variadíssimos casos de obsessão espiritual de pessoas que brincaram com o assunto sem terem preparação e demoraram muito tempo a libertar-se”. Há também relatos de jovens com problemas psiquiátricos. Em Inglaterra, o jogo inspirou um filme de terror intitulado ‘O jogo dos espíritos’ e no Brasil deu origem à publicação do livro ‘Copos que andam’. A curiosidade começou nas escolas, tornou-se ‘moda’ e muitos são os que se questionam se serão os “copos que andam” apenas uma “ingénua” brincadeira.
EXPERIÊNCIAS MAL SUCEDIDAS
Em Portugal, à semelhança do que acontece noutros países, existem centenas de relatos de experiências mal sucedidas com o ‘Jogo do copo’ e descrições de jovens com problemas psiquiátricos devido a este desafio chegaram também à Associação Cultural Espírita (ACE), com sede nas Caldas da Rainha.
Ana Oliveira, presidente da ACE, reconheceu que “muitas vezes os espíritos que se manifestam são brincalhões e provocam problemas aos jovens”. “O objectivo dos jovens é terem certeza de que há comunicabilidade com os espíritos, acham engraçado o copo mexer-se, ir direito às letras e formar frases, só que às vezes fazem perguntas sobre as famílias e ficam transtornados com as respostas. Por exemplo, recebem respostas de que um amigo vai morrer e às vezes as coisas acontecem e eles ficam com medo e em pânico”, explicou a responsável da ACE, adiantando: “No espiritismo nós nunca fazemos perguntas aos espíritos”.
“O que parecia ser um simples e inofensivo jogo já teve consequências graves, com os jovens perturbados a terem de recorrer a psiquiatras”, adiantou a presidente da Associação Cultural Espírita.